Cuidado com o uso das telas na hora de comer.
- Camilla Abreu
- 16 de mar. de 2021
- 3 min de leitura

Estamos conectados 24 horas por dia, 7 dias por semana, seja trabalhando, estudando ou nos divertindo. As telas já são parte de nossas vidas e hoje estão conosco aonde quer que a gente vá. Já virou hábito para muitos brasileiros comer em frente a televisão ou celular, eu mesma tenho certa dificuldade as vezes de me desconectar, principalmente quando estou sozinha, mas devemos ficar atentos a esse hábito, pois ele muitas vezes, é prejudicial, por essa razão é importante aprender a conviver com elas de uma forma saudável.
Telas, propagandas e hábitos alimentares
Estudos tem demonstrado que o tempo que passamos na frete das telas tem grande influência no nosso grau de sedentarismo, nos nossos maus hábitos alimentares e é um dos fatores que colaboram com o ganho de peso, seja na idade adulta, ou na infância e adolescência.
Isso se dá, porque quanto mais tempo passamos olhando telas (TV, celular, tablet, etc) mais estamos expostos a propagandas de alimentos industrializados, menos nos movimentamos e menor é a atenção que destinamos ao que comemos.
As propagandas são diversas, conversam com públicos variados e chamam bastante atenção. Quem nunca salivou vendo uma propaganda ou mesmo sem fome sentiu uma vontade louca de pedir um delivery?
Estudos mostram que, quanto mais tempo passamos em frente às telas, mais somos expostos e como consequência é percebido o aumento da ingestão de ultraprocessados e a diminuição da ingestão de alimentos in natura. Na infância e na adolescência esse efeito é ainda mais deletério (prejudicial), pois ainda estão formando seus hábitos. Logo, quanto mais tempo expostos, maior é a tendência de uma alimentação mais rica em produtos industrializados e com menor ingestão de frutas e hortaliças (claro que não é uma regra, mas os pesquisadores já percebem que a influência, é sim, um dos fatores que colaboram com a obesidade e sobrepeso nessas fases da vida).
Os 2 Guias da População Brasileira (o para a população em geral e o para crianças menores de 2 anos), reforçam a importância de se reduzir o tempo de tela para melhores hábitos de saúde e alerta para os prejuízos de comer na frente da TV ou celular.
Como dito, quanto mais tempo de tela, menor é a prática e atividades físicas e mais tempo se passa sentado. Além disso, as telas também estão associadas à ansiedade, que por usa vez pode estar associada à maior ingestão alimentar e a maior busca por alimentos com alto teor calórico (alimentos ricos em açúcares, gorduras e sódio).
Comer com atenção plena (prestando atenção nos cheiros, na textura, no gosto, sem distrações) é um hábito muito importante, pois isso está super relacionado a qualidade do que comemos e ao quanto comemos. Quando comemos distraídos, não prestamos atenção no que ingerimos, não sentimos os sabores e nosso corpo não consegue processar se estamos saciados ou não, e acabamos comendo mais rápido, sem mastigar e em maior quantidade.
Mas não posso nunca mais comer vendo um filme ou uma série? Claro que pode, a questão aqui é selecionar os mementos para que isso aconteça sem prejudicar nossa saúde, por essa razão, aqui vão algumas dicas:
Limite seus horários (e/ou dos seus filhos): estipule horários para descansar das telas, para ler um livro, ficar com a família, praticar uma atividade;
Nas refeições principais, sente-se à mesa, sem distrações das telas, nessas refeições, tire um momento para você realmente saborear o que está comento;
Pode começar devagar, deixando a TV ligada só de fundo, ou no mudo. Pode ainda trocar as telas por uma música, podcast ou rádio, até se sentir mais a vontade para comer sem distrações;
Desconecte-se antes de ir dormir, pelo menos 30 min antes de deitar, para uma melhor noite de sono.
As telas fazem parte da nossa vida, do nosso lazer e laboro, mas precisamos também priorizar nossos momentos longe delas, para melhor cuidar de nossos corpos e mente. Se reconecte-se com você e com aqueles a sua volta.
Camilla Abreu
Nutricionista
CRN nº1 14431
Fontes: Guia Alimentar da População Brasileira, Guia Alimentar para Crianças Brasileiras menores de 2 anos, Clustering and correlates of screen-time and eating behaviours among young children, Screen Time, Clustering and correlates of screen-time and eating behaviours among young adolescents, Other Sedentary Behaviours, and Obesity Risk in Adults: A Review of Review, The association between sedentary behabiour and risk od anxiety: a systematic review.
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